13 outubro 2016

Christine | Festival do Rio 2016



Você provavelmente não conhece Chistine Chubbuck, apesar de já existirem dois filmes sobre ela. Christine foi uma jornalista norte-americana que cometeu suicídio ao vivo enquanto apresentava o programa do qual fazia parte (WWSB).

Neste ano, foram feitos um documentário e um filme de ficção em memória da moça. O primeiro se chama Kate Plays Christine e foi escrito e dirigido por Robert Greene; e o outro que venho falar sobre, Christine, escrito por Craig Shilowich e dirigido por Antonio Campos.

Não consigo encontrar alternativas para começar a falar do filme sem ser destacando a incrível atuação da atriz Rebecca Hall que conseguiu transmitir muito bem toda a intensidade e inconstância da personagem. 

Christine é uma mulher com muitas ambições e possui o desejo de crescer cada vez mais em sua carreira de jornalista. Entretanto, seu perfil não se encaixa em um mundo midiático em que o melhor é o mais impactante, por mais absurdo que seja. Mesmo assim, ela persiste em realizar projetos de sua maneira, como por exemplo, no momento em que, durante um incêndio, ela prefere filmar o rosto do homem que estava na casa dando relatos sobre o que aconteceu. 

Seu chefe (Tracy Letts), um homem desprezível e insensível, não tem escrúpulos na hora de julgá-la. A princípio, isso não faz Christine desistir de continuar fazendo reportagens do jeito que ela prefere, mas percebemos, aos poucos, o quanto isso a afeta. Além disso, ela ainda possui duas relações muito difíceis: uma com a sua mãe (J. Smith-Cameron), que tem um comportamento irresponsável, fazendo Christine se sentir preocupada e solitária, e com o outro apresentador do programa, George (Michael C. Hall), por quem ela tem uma secreta (e cega) paixão.

Assim, acompanhamos todo o processo de expectativa e gradual destruição psicológica e emocional de Christine que é, repito, muito bem representado por Hall. Junto a isso, a paleta de cores nos passa muito das emoções sentidas ao longo do filme, apesar de ser um pouco confusa, o que também pode ser interpretado como uma forma de transpassar a inconstância.

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